Num mundo que valoriza posições polarizadas, é possível construir conexões autênticas? A pesquisadora Brené Brown passou pela TED e fez uma ótima palestra sobre como a vulnerabilidade influencia nas relações interpessoais e na construção de nossas identidades.

Em sua pesquisa, ela explorou o que nos impede de fazer laços reais. Quando somos dominados pelo medo e a vergonha, julgamos não merecer conexões sociais fortes.

Segundo Brown, ao invés de encararmos a questão, nós fazemos o incerto parecer certo. “Minha religião é a correta; suas crenças, erradas”. Na política, substituímos o debate pela necessidade de apontar culpados. Seguimos com esse padrão, pois “acreditamos” que nossos atos não impactam outras pessoas.

Vivemos num mundo vulnerável, mas decidimos ignorar nossos sentimentos, reflete Brown. Anestesiamo-nos gastando muito, comendo em excesso, usando remédios em demasia etc. Para ela, não é possível contornar essas questões seletivamente. Quando anestesiamos sentimentos pesados, também comprometemos a alegria, a gratidão e a felicidade.

Iniciamos um ciclo nocivo, de fuga, no qual nos entregamos ao consumo. Distanciamo-nos, assim, de sermos autênticos e reais. “Vulnerabilidade é o berço de inseguranças, mas também da criatividade, do pertencimento e do amor”, pondera.

Há pessoas que compreendem isso, chamados por Brown de corações-plenos. São indivíduos que aceitam o imponderável da vida. Em comum, cultivam a coragem (de serem imperfeitos), compaixão (consigo e com os outros, nessa ordem) e a… Vulnerabilidade. Ao invés de prever e controlar, abraçam novos caminhos, mesmo sem a certeza do sucesso.

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