O TCC é a última etapa da graduação. Curiosamente, meu tema fez com que eu fechasse o ciclo acadêmico voltando ao primeiro dia de aula. Nele, os calouros do curso de gestão ambiental foram acolhidos com alimentos e bebidas, muitos deles preparados pelos próprios professores.

Nessa mesa, tinha até opção pra mim, que sou vegetariano. A responsável pela receita sentou-se novamente à mesa. Algumas bancas têm mestres, mas a minha teve mestres-cucas. Margareth reaproveita alimentos; Keliana é vegana (e instrutora de ioga).

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Essa não foi minha primeira graduação. Mas aconteceram tantos fatos pela primeira vez aqui que estar no IF foi uma experiência única.

Infelizmente, uma pandemia interrompeu nosso voo. Para os mais jovens, foi algo especialmente doloroso. No período em que eles começaram a voar, suas asas renunciaram à brisa. O ninho virou gaiola.

Quando pousamos, nosso canto lançou palavras ao vento. Animais de naturezas distintas compartilharam o mesmo habitat. Em casa, os professores continuaram ampliando horizontes. Exemplo. Durante uma aula via internet, um aluno diz que mantém uma colmeia no quintal. Após pedir para ver, a professora avalia estar diante de um futuro projeto acadêmico. Tempos depois, ao entrar no campus do IF, (re)encontro a colmeia.

A pandemia acelerou a respiração, mas não ficamos sem ar. Nossos professores nunca esqueceram que tínhamos asas.

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Voo lembra liberdade, e não poderia ter sido presenteado com uma orientadora mais generosa quanto Deise. Um pássaro engaiolado voa sem sair do lugar, mas nunca me senti assim. Vejo a dinâmica aluno-orientador como algo similar à da relação escritor-editor. É um diálogo. E adorei ter essa conversa com Deise. Ela me ofereceu um mapa para que eu pudesse planar com segurança. E também sugeriu um plano de voo. Ela me conduziu sem nunca impor cercas. Foi um trabalho escrito a quatro asas, mas fui para onde o vento soprou. No céu de Deise podemos voar.