Há mais de 50 anos, uma comunidade hippie pulsa no coração de Copenhagen, capital e maior cidade da Dinamarca. Christiania.
Eis a história. Em 1971, o Ministério da Defesa dinamarquês fechou uma fortaleza do século 18. O local, sem uso, começou a ser invadido. A ideia inicial era transformar o espaço num playground para seus filhos. Com o tempo, alternativos começaram a se instalar por lá. Daí surgiu Christiania, uma cidade democrática responsável por suas próprias leis. O governo social-democrata da época encarou tudo como um “experimento social”, permitindo seu prosseguimento.

 

A lista dos que querem fazer parte dessa comunidade é extensa, mas Christiania tem um limite para receber moradores. São pessoas que estão interessadas em participar de uma realidade alternativa. A gestão é compartilhada, são os próprios moradores que restauram edifícios antigos, bem como respondem pela reciclagem do lixo. Além disso, carros não circulam por lá, não há anúncios publicitários e a moradia é baseada num sistema de propriedade comum.
Esse cenário utópico é constantemente ameaçado. Embora os vizinhos de Copenhagen apoiem a iniciativa (o local, cuja vida cultural é vibrante, é um dos pontos turísticos do país), Christiania sofre pressões de conservadores para se “modernizar”. Como construir estradas nessa zona livre de carros.
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